sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Como ler livros antigos

         Existe um grande erro quando enos sentamos para ler um livro antigo. Quando falo livro antigo, me refiro a obras de Platão, Homero, Shakespeare, e tantos outros sem nenhuma ligação com nossa época. E é dentro desta falta de ligação com épocas, eras e culturas que os erros acontecem.
         O povo brasileiro é o que menos lê. Professores não lêem, pessoas que compram livros não lêem, o cara que usa óculos não lê. Eu não leio. É tudo uma farsa. As pessoas gostam de dizer que lêem para parecerem inteligentes,
          As pessoas que andam por aí, estas mesmas que encontramos nas ruas, nas empresas, nas escolas, acham que o pouco que elas lêem trazem a elas conhecimento e realidade dos fatos. O que elas lêem, na verdade, são obras baseadas em obras que se espelham em obras de uma crítica de um original, que foi apenas escrito sobre impressões que um autor teve sobre uma determinada realidade.
           O erro mais grotesco é quando um professor manda fazer uma "análise sociológica" dos escritos de Plutarco. É como o caso de Jesus. Tem por aí nos livros vários "Jesuses". É Jesus líder, Jesus psicólogo, Jesus revolucionário, Jesus isto, aquilo, menos Jesus Bíblico. Este ninguém ao menos gosta! Então, voltando a Plutarco, ao se fazer uma análise sociológica, com pensamentos e cultura de 2015 de um texto de 2500 anos atrás, de uma cultura TOTALMENTE diferente, acaba-se por exterminar todo o sabor do livro.
          Ninguém lê livros antigos. O máximo que se faz são estas grosserias, análises de tolos. Como fazer uma análise psicológica, por exemplo, de um livro antigo, sabendo-se que os estudo da psicologia é posterior ao livro? O analista está revestido com uma roupagem mental predefinida, que impede que ele tenha uma visão honesta do que o autor realmente estava dizendo ou sentindo na obra.
          O fazer então? A leitura deve ser um ato reflexivo e não analítico. Não se deve contestar aquilo que está escrito, mas tentar entender, visualizar com imagens o sentimento do autor e o que ele está escrevendo, tentando compreender o que levou ele a escrever aquela obra. É um auto-esvaziamento. Outra dica é anotar aquilo que se achou legal, interessante. Isto mesmo! O que você achou legal! Depois tentar transmitir a outra pessoa aquele sentimento, a mensagem do livro e os pontos interessantes, fará bem ao seu horizonte e ao da pessoa receptora.
           Enfim, ler livros antigos é uma arte que exige-se que se abra mão de contemponeidade e abra-se a mente de forma honesta e até infantil, para receber aquila cultura que se vivia há tanto tempo. O resultado é uma mente mais sadia, a desconexão com os vícios modernos e a facilidade de entender as variações culturais através dos tempos.




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