quarta-feira, 20 de novembro de 2013

20 de Novembro: Dia da Consciência Negra

Vou falar hoje sobre algumas pessoas que fizeram a diferença, mesmo com suas dificuldades causadas pelo preconceito racial (o pior dos preconceitos humanos) e pela exclusão social causada pelo mesmo mal.

Yaya Touré

Yaya Touré
Na Rússia, o ex-lateral da Seleção Brasileira, Roberto Carlos, passou muita vergonha.  ficou transtornado com as torcidas do Krylya Sovetov e do Zenit  que mostraram o lado racista delas. Imitavam macaco cada vez que ele pegava na bola. E chegaram até a jogar bananas em sua direção. 

Infelizmente, a Rússia vem se especializando na intolerância racial.  O caso mais recente, no entanto, foi com o jogador errado. Na partida entre CSKA e Manchester City, o alvo dos torcedores foi logo escolhido. Yaya Touré, jogador negro que nasceu na Costa do Marfim. Era só a bola cair no seu pé e lá vinha a imitação de macacos na arquibancada. 

A partida era válida pela Champions League.

O marfinense ficou revoltado.  Mas não seguiu o caminho fácil de apenas reclamar na imprensa. Parou o jogo, mostrou ao árbitro e pediu que a partida fosse encerrada. Não foi. Touré tomou uma decisão que fez Blatter acordar de vez para a questão. 
Foi claro:
“Esse tipo de situação tem de acabar até o Mundial de 2018. Se não acabar, vou ajudar a organizar um boicote dos negros. Não teremos tranquilidade para jogar. Não iremos para a Rússia. Nem nós e nem os torcedores dos países que jogamos.” , declarou sem medo.

Bastou para Blatter. Misturar em uma só frase boicote e Mundial é seu pesadelo. Ainda mais saída da boca de um ídolo do futebol inglês. Seria inimaginável uma Copa sem negros. Impossível!

José Carlos do Patrocínio


José Carlos do Patrocínio era filho de uma escrava alforriada e do cônego João Monteiro. Aos 14 anos deixou a fazenda da família para tentar a vida no Rio de Janeiro, onde chegou a ingressar na Escola de Medicina. Ao fim de alguns anos, porém, abandonou o curso e formou-se em farmácia, em 1874.

Ainda estudante , fundou uma revista mensal, "Os Ferrões", onde começou a revelar seu talento como polemista que o tornaria famoso. Em 1877, ingressou na redação de "A Gazeta de Notícias", onde escreveu diversos artigos de propaganda abolicionista.

Em 1881, com dinheiro emprestado pelo sogro, adquiriu a "Gazeta da Tarde", à frente da qual permaneceu por seis anos. Neste jornal, deu início à campanha abolicionista. Em 1887, fundou a "Cidade do Rio", onde intensificou os ataques à política escravocrata.

Não se limitou a lutar apenas por escrito pelo abolicionismo. Realizou conferências públicas, ajudou a fuga de muitos escravos, organizou núcleos abolicionistas, militando ativamente até o triunfo da causa, em 13 de maio de 1888.

Seu prestígio imenso durante os últimos anos do Império decaiu após a proclamação da República, quando passou a lutar por um programa liberal. Acabou afastado da vida pública. Seu jornal, "Cidade do Rio de Janeiro", foi interditado e ele deportado para Cucuí, no Amazonas, sob a acusação de ter participado de uma revolta contra o governo de Floriano Peixoto.

Libertado pouco tempo depois, afastou-se da vida pública, colaborando esporadicamente na imprensa. Nos últimos anos de vida interessou-se pela navegação aérea, chegando a construir um aeróstato denominado Santa Cruz.

Patrocínio também escreveu obras de ficção, mas sem a repercussão nem o talento do jornalista. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de no. 21, que tinha Joaquim Serra como patrono.

Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis é considerado um dos mais importantes escritores da literatura brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro em 21/6/1839, filho de uma família muito pobre. Mulato e vítima de preconceito, perdeu na infância sua mãe e foi criado pela madrasta. Superou todas as dificuldades da época e tornou-se um grande escritor.

Na infância, estudou numa escola pública durante o primário e aprendeu francês e latim. Trabalhou como aprendiz de tipógrafo, foi revisor e funcionário público.

Publicou seu primeiro poema intitulado Ela, na revista Marmota Fluminense. Trabalhou como colaborador de algumas revistas e jornais do Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de letras e seu primeiro presidente.

Podemos dividir as obras de Machado de Assis em duas fases: Na primeira fase (fase romântica) os personagens de suas obras possuem características românticas, sendo o amor e os relacionamentos amorosos os principais temas de seus livros. Desta fase podemos destacar as seguintes obras: Ressurreição (1872), seu primeiro livro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878).

Na Segunda Fase ( fase realista ), Machado de Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É a fase em que o autor retrata muito bem as características do realismo literário. Machado de Assis faz uma análise profunda e realista do ser humano, destacando suas vontades, necessidades, defeitos e qualidades. Nesta fase destaca-se as seguintes obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900) e Memorial de Aires (1908).

Machado de Assis também escreveu contos, tais como: Missa do Galo, O Espelho e O Alienista. Escreveu diversos poemas, crônicas sobre o cotidiano, peças de teatro, críticas literárias e teatrais.

Toni Morrison

Nasceu em 1931, em Ohio, nos Estados Unidos. Formada em letras pela Howard University, estreou como romancista em 1970, com O olho mais azul. Em 1975, foi indicada para o National Book Award comSula (1973), e dois anos depois venceu o National Book Critics Circle com Song of Salomon (1975). Amada lhe valeu o prêmio Pulitzer. Foi a primeira escritora negra a receber o prêmio Nobel de literatura, em 1993. Aposentou-se como professora de humanidades na Universidade de Princeton, em 2006.





                                       Marina Silva

Marina Silva (1958) é ambientalista e política brasileira. Recebeu em Londres, no Palácio de Saint James, das mãos do príncipe Philip da Inglaterra, a "Medalha Duque de Edimburgo", por sua luta em defesa da Amazônia brasileira. Recebeu o prêmio da "Fundação Norueguesa Sophie", por seu trabalho em defesa da Floresta Amazônica. Recebeu da ONU o prêmio "Champions of the Earth", o maior prêmio concedido pela Organização, na área ambiental. Recebeu nos Estados Unidos o "Prêmio Goldman do Meio Ambiente pela América Latina e Caribe".

No dia 27 de julho de 2012, a convite do Comitê Olímpico Internacional, na abertura dos Jogos Olímpicos em Londres, Marina Silva desfila carregando a bandeira, com os anéis olímpicos, junto com o secretário geral da ONU, Ban-Ki-moon, o fundista etíope Haile Gebreselassie, o pugilista americano Muham mad Ali, o maestro argentino Daniel Barenboim, e os ativistas dos direitos humanos, Sally Becker, Shami Chakrabarti e Leymah Gbowee.

Marina Silva (1958) nasceu no seringal Bagaço, distante 70 km da capital Rio Branco, no dia 8 de fevereiro de 1958. Filha do seringueiro Pedro Augusto da Silva e Maria Augusta da Silva. De onze filhos do casal, 8 sobreviveram. Com 14 anos aprendeu as primeiras noções de matemática, para ajudar o pai na venda da borracha. Ficou órfã de mãe aos 15 anos. Foi para Rio Branco tratar de uma hepatite. Foi acolhida na casa das irmãs Servas de Maria. Foi empregada doméstica, contraiu malária e leishmaniose.

Com 16 anos fez o curso do Mobral, onde aprendeu a ler e escrever. Completou o 1º e 2º graus fazendo o curso supletivo. De seu primeiro casamento, realizado em 1980, teve dois filhos, Shalon e Danilo. Em 1984, conclui o curso de História na Universidade Federal do Acre. Começa a lecionar História e atuar no sindicato dos professores. Sua vida política teve início nesse mesmo ano, quando fundou junto com o ambientalista Chico Mendes, a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Em 1996, recebe nos Estado Unidos, o "Prêmio Goldman do Meio Ambiente pela América Latina e Caribe". Em 1997 deixa o cargo de secretária. Em 2002 é reeleita para o senado. Em 2003 é nomeada para o Ministério do Maio Ambiente, no governo Lula. Destaca-se por vários projetos para conservação da natureza. Em 2006, desentende-se com a casa civil e é acusada de atrasar licenças ambientais, para realização de obras.

Em 2007, recebe da ONU o prêmio "Champions of the Earth", o maior prêmio concedido pela Organização, na área ambiental. Em 2008, entrega o cargo de ministra e volta para o senado. Nesse mesmo ano recebe no Palácio de Saint James, em Londres, das mãos do príncipe Philip da Inglaterra, a "Medalha Duque de Edimburgo", pela sua luta em defesa da Amazônia brasileira.

Marina Silva recebe em 2009, o "Prêmio Fundação Norueguesa Sophie" por seu trabalho em defesa da Floresta Amazônica. No dia 14 de agosto de 2009, anuncia sua desfiliação do PT. No dia 30 de agosto de 2009, filia-se ao Partido Verde e no dia 11 de julho anuncia sua candidatura à Presidência da República. No dia 7 de julho de 2011, Marina deixa o Partido Verde.


Cito aqui meus grandes amigos Edson S. Ribeiro, José Felipe, Alessandro, Marquinhos, e a tantos outros amigos aos quais honro e presto esta homenagem. Vocês tem seu dia, Jesus Cristo abençoe a todos.


Abraços, comentem.